O ator Logan Lerman, que interpreta D’Artagnan em Os Três Mosqueteiros, fala sobre sua experiência se preparando para o papel, travessuras do elenco no set e o que vem a seguir para ele. Você já viu algum outro filme de Os Três Mosqueteiros? LL: Eu vi todos os filmes e era um grande fã – cresci amando eles. Quando me ofereceram o papel, meu avô estava tão animado, porque era seu livro preferido quando era criança. Ele saiu de casa novo, com seis anos viajou da Alemanha para a China. Ele cresceu na China e levou com ele um livro, e era Os Três Mosqueteiros. Então significava muito para mim fazer isso por ele. Como foi interpretar D’Artagnan? Ele é um pouco rebelde e atrevido. LL: Sim. Eu acho que ele é o personagem mais diferente de mim que eu já interpretei. Me relacionei mais com os outros personagens que interpretei. Não sou muito parecido com ele, não sou tão atlético e espero não ser tão arrogante. Eu apenas pensei “Ok, isso será apenas um personagem. Eu posso viver naquele mundo por cinco meses e será uma boa diversão.” Então comecei a ter minhas ideias para o personagem e eu iria testá-las em certas situações ou iria experimentá-las, mas não poderia fazer isso aqui em L.A. Era muito distrativo, no meu quarto na casa dos meus pais, tentar entender como interpretar esse cara. Nada parecia certo até eu ir para a Alemanha, experimentar as roupas e colocar o cabelo, e uma vez colocado o aplique, tudo se encaixou. Como você se preparou para as lutas de espada? Teve que fazer algum treinamento? LL: Eu fiz um monte de treinamentos. Comecei a treinar três meses antes de treinar com todo mundo. Fiz treino de espadas e posicionamento, mais todas as lutas que tivemos que aprender, e o nosso coordenador de dublês, Nick (Powell), e todos os dublês que nos treinaram foram ótimos. Depois teve o treino de peso e exercício. Foi muito divertido, mas bem diferente daquilo que eu estou acostumado, porque eu não sou muito atlético, sou uma pessoa mais caseira. Com todas as lutas de espada e duelos no topo de prédios, você alguma vez ficou realmente naquela altura, ou foi tudo fingimento? LL: Bom, quero dizer, eu não fico tão alto, mas teve essa luta com Mads Nikkelsen quando nós estávamos no topo do prédio e eu lembro que eles tinham um equipamento que ficava uns 12 metros no ar e normalmente quando nós andando, estamos amarrados. Mas você não pode realmente fazer a luta desse jeito, porque as espadas estão constantemente batendo nos fios, então nós fizemos aquela luta em uma plataforma de 3 metros, mas ainda assim era muito difícil, porque estávamos fazendo isso em uma coisa que tinha menos de meio metro de extensão ao todo, para lá e para cá. Foi uma loucura. Se você cai, você cai de verdade. Eles tinham esteiras lá em baixo, então não foi tão ruim. Mas nós estávamos constantemente cortando uns aos outros com nossas espadas, porque era uma luta direta, um contra o outro. Nas outras vezes você está lutando com várias pessoas, é um pouquinho mais fácil girar e fazer movimentos abertos, mas esses movimentos são muito precisos e a cronometragem é tão rápida que se eu for aqui em cima e ele me bater aqui, você será acertado. Mas isso não acontece com muita frequência. E quanto ao aspecto 3D do filme? Foi desafiante? LL: Não foi tão complicado, por incrível que pareça. Eu entendi imediatamente e fiquei meio “Oh, isso é bem fácil então.” E era na verdade um jeito mais preciso de filmar. Você quer que alguns truques em 3D funcionem corretamente, assim como tudo o que nós fizemos, cada tomada é muito precisamente planejada e você pode realmente chegar ao ponto em que você está fazendo a ponta da sua espada acertar uma certa parte da audiência. É muito divertido. É bem eficaz para esse filme, para o que eles estão tentando fazer e para o que o filme é, tornando-o agradável. É um filme divertido. Tem um monte de divertidas sequências de ação e romance e barcos voadores e coisas que tornam isso divertido e em tudo o que você quer ao ir ver um filme no cinema. Com a tecnologia e essa história clássica, nós pudemos transportar você para o mundo de Dumas, que ele criou anos atrás, de um jeito que você nunca viu antes. Foi muito divertido. Você sente que teve uma grande camaradagem no set? Porque obviamente os três mosqueteiros e D’Artgnan deviam ter essa relação – eles provocam ele bastante, mas são todos bons amigos na verdade. Vocês tiveram isso no set também? LL: Sim, tivemos. Nós definitivamente tivemos isso. Atores tendem a imitar a relação que eles deveriam ter, porque isso é bom para o trabalho, então a maioria dos atores – não sei se é a maioria – mas é o que eu faço, tento imitar as relações o melhor possível. Nós definitivamente tivemos isso. Você se divertiu? LL: Definitivamente. Eu teria pensado que seria difícil passar por algumas cenas sem rir algumas vezes. LL: É, às vezes era bem ridículo, nós iríamos simplesmente cair na gargalhada e seria difícil, mas então você dá uma olha a sua volta e vê que tem um monte de dinheiro em jogo e você vai “Talvez eu pare de rir e volte ao trabalho.” Eu apenas tento entrar na minha zona pelo trabalho. O elenco fazia travessuras uns com os outros? LL: Sim. Meu dublê é um bom amigo meu, ele e o meu assistente – nós todos saímos e nos divertimos, e eles fizeram algumas travessuras comigo algumas vezes. Uma vez, Eu tinha uma gravação à noite, das 19h às 6 da manhã, e naquele dia eles precisavam pegar alguma coisa no meu quarto, então eu dei minha chave pra eles. Eu tinha me esquecido completamente disso, eu entrei na minha porta e eles tinham colocado Saran Wrap (papel celofane) no assento do meu banheiro e eu não conseguia ver. Eu não fazia a menor idéia. E isso me pegou. Estava em todo lugar, e enquanto isso acontecia, eu estava gritando “Nããããããão!” Foi muito engraçado. Foi uma boa brincadeira. Você revidou? LL: Eu nunca consegui revidar. Eu tentei, estava armando uma armadilha uma vez, mas eles descobriram. Eles eram bons demais! Qual foi uma cena que você realmente gostou de gravar? LL: O filme inteiro foi ótimo, porque eu sou apenas esse jovem menino americano, de Los Angeles, que ainda não viu o mundo de verdade, mas felizmente, pelo meu trabalho – eu comecei muito novo e pude viajar bastante, mas a maioria nos Estados Unidos, e eu não estive realmente fora dos EUA, Ainda não explorei o mundo – mas foi a grande aventura de gravar na Alemanha e morar lá. A própria experiência, poder morar na Alemanha por cinco meses, ver o país maravilhoso e entender a perspectiva do povo vivendo lá, foi uma experiência por só. O ponto alto foi simplesmente a coisa toda. Foi um grande capítulo. Você queria ser ator desde muito novo, quando tinha cinco anos, certo? LL: Bem, essa história foi meio fabricada e distorcida. Eu comecei quando era muito novo, tipo cinco, seis ou sete, mas isso era apenas algo para sair da escola. E eu gostava de filmes, mas eu não tinha consciência do que eu estava fazendo ou do que estava acontecendo. Eu era apenas uma criança que arrumou um jeito de convencer seus pais a deixá-lo trabalhar, para experimentar. Estar na cidade tornou isso acessível., então era o lugar certo, hora certa. Sim, simplesmente aconteceu. Mas eu não comecei de verdade até ter 12 ou algo assim, mais ou menos sete anos atrás – foi quando eu fiz a decisão consciente. Eu parei por um tempo, antes disso, por um ano mais ou menos: eu não trabalhei, não queria trabalhar. Então eu voltei, para entender produção, para estar no set e entender cinema. Era apenas um hobby, então se tornou uma profissão, porque eu me tornei mais apaixonado por isso e me apaixonei por cada meio de filmagem – atuação sendo um deles – Eu simplesmente gosto muito disso. Por você estar trabalhando tanto, você fez o Ensino Médio? LL: Sim, eu fiz Ensino Médio logo virando a esquina daqui. Alguém da sua família está no ramo do cinema? LL: Não. Minha família está toda em órteses e próteses – meu pai, meu avô, minha tia, minha avó – estão todos nesse ramo, mas meu pai e meu avô são ortesistas. Eles tinha alguma preocupação quando viram você entrando nesse mundo? LL: Sim. Eles não estavam tão assustados porque não tinham a menor idéia de como isso funcionava e eles acreditavam que fazer filme era fácil – você tem uns dublês e faz apenas algumas coisas. Eu estou dizendo para eles que eu na verdade estou fazendo tudo isso e que é bem perigoso! Ninguém faz a menor idéia. Então meu pai foi me visitar na Alemanha, em Berlin, logo antes de nós começarmos uma das nossas grandes lutas, então eu disse “Você quer ver o que eu tenho que fazer todos os dias? Quer ver o que eu venho treinando há seis meses? Você me vê saindo de casa, mas nunca me vê fazendo nada.” Eu mostrei pra ele e ele ficou admirado com o que nós tínhamos de fazer, ou o que nós estávamos fazendo e como é fisicamente insano, e o quanto nos preparamos para isso. Ele estava bem impressionado – foi a primeira vez que eu impressionei meu pai nesse sentido, num sentido físico como esse. Acho que ele ficou bastante orgulhoso. Foi uma experiência bem interessante. Como se sente sabendo que depois desse filme você será chamado de ladrão de corações? Porque o personagem é tão confiante e arrojado ao redor de mulheres. LL: Eu não sei. É difícil pensar nisso desse jeito. Esse é o título que você ganha em uma votação ou nas revistas, mas eu não sei. Na minha própria vida, eu estou morando em casa ainda, continuo na casa dos meus pais. Tenho 19 anos, então não posso realmente me relacionar com essa situação ou esse título. Eu sou apenas meio reservado e tranquilo. Você conheceu alguém que foi um herói ou ídolo para você quando era mais novo, que agora você teve a chance de trabalho junto? E isso te deixa nervoso? LL: Não, não, I simplesmente fico animado. Eu quero apenas pegar ideias de como eles trabalham. Tem tantas pessoas que eu idolatro que eu tive a felicidade de trabalhar junto, mas têm tantas outras mais que eu morro de vontade de trabalhar junto também. Meus preferidos estão por aí – eles são pessoas que fizeram eu me interessar por filmes. Como quem? LL: Têm tantos. Eu amos os irmãos Coen e David Fincher – os caras que todo mundo ama – Paul Thomas Anderson, Spike Jonze, Scorsese, Spielberg – Eu sou um grande fã. Ou conhecer os próximos caras que vão influenciar uma geração. Esse é o objetivo. Isso é o que eu quero fazer. Você já encontrou alguém com quem ficou completamente calado, ou constrangido? LL: Estou tentando pensar. Eu já estive nessa situação em que eu vi pessoas como Christopher Nolan, em que eu estava simplesmente “Eu não sei o que fazer!” Mas se eu estou trabalhando com eles, é diferente: eu vou buscar ideias. Eu serei o assistente deles, basicamente, porque eu estou normalmente lá, espiando por cima de seus ombros querendo saber como são seus processos e como eles orquestram a coisa toda. Quem você acha que é uma grande atriz? LL: Meryl Streep é uma das melhores atrizes de todos os tempos. Ela é incrível. Eu sou um grande fã – uma das melhores atrizes de todos os tempos. Têm tantas: Tilda Swinton, Kate Winslet. Mas isso é muito sobre cineastas pra mim. Como foi trabalhar com Orlando Bloom? LL: Foi muito divertido. Ele é um cara legal.Nós nos divertimos muito trabalhando juntos. Como você lida com a fama e toda a atenção de seus fãs? LL: Eu não preciso muito. Ocasionalmente você vai sentir alguém olhando para você, talvez alguém venha até você, mas não é tanta loucura. Eu saio o tempo todo e ninguém faz isso, o que é ótimo, ou talvez eu apenas não perceba. Eu tenho anonimato, o que é bem legal. O que você faz no seu tempo livre? LL: Eu adoro tocar música, escrever música. Eu procuro por ideias geniais. Normalmente estou pensando em termos de cinema e situações e cenas e tramas e tudo isso. Meus amigos e eu estamos constantemente inventando situações e enredos. Constantemente, reunimos ideias, mesmo por diversão – são nossas conversas, falando sobre projetos futuros ou apenas as novidades, isso é o que eu faço com o meu tempo livre. Você toca violão, certo? LL: Sim, sim. Eu toco alguns instrumentos. Eu não estou em nenhuma banda, eu apenas toco música. Eu toco com meus amigos, mas não é nada que eu fosse seguir profissionalmente. Porém, é divertido, Eu amo música ao vivo e eu apenas amo música. É uma paixão maior para mim e isso vai lado a lado com a minha atuação. Eu amo isso. Talvez eu siga com isso. O que você gosta de ouvir? LL: Eu amo Arcade Fire, The Strokes, os Stones e Neil Young, o velho Elton John – comoTumbleweed Connection – Eu escuto vários tipos de música. Eu amo de composições de filmes, então amo compositores de filmes, como Michael Giacchino, Jon Brion e Carter Burwell. John Williams, eu amo ele. Eu acho que talvez irei vê-lo semana que vem. Ele se apresentará aqui com a L.A. Phil. Quais projetos você tem a seguir: e pode nos falar sobre a sequência de Percy Jackson? LL: Eu não sei muito sobre isso. Espero poder continuar fazendo o trabalho do qual tenho orgulho. Eu acabei de terminar, há uma semana, um filme chamado As Vantagens de Ser Invisível, e eu acabei de voltar. Foi uma ótima experiência e eu estou muito orgulhoso disso. Esse é com a Emma Watson, certo? Como foi trabalhar com ela? LL: Foi ótimo. Ela é uma brilhante jovem atriz e uma ótima pessoa. Nós divertimos muito trabalhando juntos, com todos no elenco. Foi uma experiência muito especial. Foi um tipo de papel diferente? LL: Muito diferente. Pólo aposto a este filme. Era sobre a adolescência para um inocente, jovem esquisito entrando no Ensino Médio e sendo apresentado a esse novo mundo, depois a esse novo grupo de amigos, e é sobre esse garoto tentando fazer amigos, basicamente, crescendo nos subúrbios, em Pittsburgh no começo dos anos noventa, e tentando lidar com seus problemas pessoais ao mesmo tempo, e é uma ótima história de adolescência. É muito bom. É um épico, um épico da vida. Você conversou com a Emma sobre ser um jovem ator famoso e como ela lida com isso? LL: Sim. E ela é uma pessoa brilhante e talentosa e lida muito bem com isso. Eu lembro de ir a uma livraria com ela e foi interessante! É o lugar mais intenso de ir para alguém que interpretou um dos personagens mais emblemáticos da literatura. Eu nunca tinha tido uma experiência nesse nível. Então eu vi isso por outra pessoa, mas eu nunca tinha tido nada desse tipo. Estava fascinado por isso. Mais algum papel pela frente? LL: Sim, também estou fazendo um filme chamado The Only Living Boy In New York. Eu ainda não sei quando começa, mas devemos estar filmando em breve. Eu desliguei meu telefone e não falei com ninguém enquanto estava trabalhando, de propósito, e ainda não falei com ninguém, então eu preciso descobrir o que está acontecendo, mas é uma ótima história e eu estou ansioso para isso também. Fonte: Logan Lerman Brasil |
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Logan Lerman - ENTREVISTA PARA RTÉ TEN
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